Augusto Cury

Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso e pessoas fracassadas. O que existem são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

País melhora, mas ainda é desigual


PNAD // Melhoramos os indicadores na última década, segundo pesquisa do IBGE. A renda cresceu, mas a desigualdade na população continua grande

Mais emprego, mais dinheiro no bolso, maior acesso aos serviços e bens de consumo. Aos poucos, a vida do brasileiro melhora, mas persiste a concentração de riquezas e a desigualdade entre ricos e pobres. É o que revela a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, com o mais novo retrato da população do Brasil. Em 2007, 32 milhões de trabalhadores tinham carteira assinada, o que ampliou a cobertura previdenciária para 50,7%. Com o aumento de 3,2% no rendimento médio dos empregados e a maior oferta de crédito, os brasileiros compraram mais celular, televisão e computador. São 11,4 milhões dos domicílios com acesso à internet.
Os avanços sociais se refletiram na redução da taxa de analfabetismo de 10,4% para 10% da população com 15 anos ou mais de idade entre 2006 e 2007. Mesmo assim, o país convive ainda com 14,1 milhões de analfabetos, percentual superior aos vizinhos da Bolívia, Suriname e Peru. O trabalho infantil recuou de 11,5% para 10,8%, mas não dá para comemorar, pois 4,8 milhões de crianças e adolescentes na faixa etária entre 5 e 17 anos estão no "batente". Um terço desses jovens trabalha pelo menos 40 horas semanais, o que contribui para o alto índice de analfabetismo.
O índice de Gini - que mede a desigualdade de renda no país - passou de 0,547 para 0,528 entre 2004 e 2007. Mostra que a desigualdade caiu lentamente nos últimos dez anos e permanece a concentração da massa de rendimentos nas mãos dos mais ricos. A PNAD revela que em 2007 os 10% da população ocupada com os mais baixos salários detiveram apenas 1,1% do total de rendimentos do trabalho, enquanto os 10% com as maiores rendas recebiam 43,2%.

Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílio (PNAD)

Previdência

Pela primeira vez desde os anos 90, a cobertura previdenciária atingiu 50,7% dos trabalhadores, fruto do aumento de 6,1% no número de empregados com carteira assinada, que somou 32 milhões de brasileiros em 2007, o que equivale a 35,3% da população ocupada.

Emprego

Entre 2006 e 2007, o total de ocupados cresceu em todas as regiões, com destaque para o Centro-Oeste cuja taxa de ocupação de 57,8% foi a maior do país. No Nordeste houve queda de 0,6 ponto percentual no número de ocupados e a taxa de ocupação ficou em 55,1%.

Renda

O rendimento médio real dos trabalhadores cresceu 3,2% em comparação a 2006 e chegou a R$ 956 em 2007. Embora o crescimento seja o maior desde 1999, ainda fica 5% abaixo da remuneração média dos trabalhadores em 1997 que chegava a R$ 1.011.

Saneamento

Pela primeira vez mais da metade dos 56,3 milhões de domicílios brasileiros estavam ligados à rede de esgoto, o que significa 2,4 milhões de unidades a mais do que no ano anterior.

Bens de consumo

Com o aumento da renda e do crédito, os brasileiros tiveram maior acesso aos bens de consumo. O destaque fica com o telefone, que está presente presente em 43,4 milhões (77%) dos domicílios e os microcomputadores estão presentes em 15 milhões de casas.

Analfabetismo

A taxa de analfabetismo foi reduzida de 10,4% para 10% da população com 15 anos ou mais de idade, mas em 2007 o número de analfabetos era de 14,1 milhões de brasileiros. Em contrapartida, em 2007, 70,1% das crianças de 4 e 5 anos freqüentavam creche ou escola.

Trabalho infantil

Mesmo com a redução de 11,5% para 10,8% do trabalho infantil entre 2006 e 2007, ainda há 4,8 milhões de crianças e adolescentes na faixa etária entre 5 e 17 anos no "batente". Em 2007, um terço desse grupo trabalhava pelo menos 40 horas semanais.

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