Augusto Cury

Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso e pessoas fracassadas. O que existem são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Médicos das emergências públicas de PE ameaçam pedir exoneração dos cargos


Os médicos das emergências públicas do estado de Pernambuco ameaçam entregar os cargos na próxima semana. Na noite da última quinta-feira (31), os profissionais se reuniram em assembléia. As condições de trabalho desfavoráveis estão entre as causas que motivam a decisão.

A categoria denuncia que os profissionais precisam escolher quem vai viver ou não, entre os pacientes que lotam as emergências dos hospitais públicos do estado. “Eu tenho um inspirador para três pacientes. Eu tenho que escolher em qual deles vou usar o aparelho. E minha consciência, em casa, quando chego à noite?”, declarou o médico José Tenório Cerqueira.

No hospital Otávio de Freitas, bairro de Tejipió, no Recife, a precariedade do atendimento pode ser comprovada pela quantidade de pacientes nos corredores da unidade. A emergência do hospital tem sido fechada duas vezes por semana por falta de plantonistas.

A melhoria da estrutura dos hospitais do estado é uma das reivindicações dos médicos. Eles também querem que o governo do estado avance nas negociações sobre os salários.

O sindicato quer que o piso salarial passe de R$ 1.900 para R$ 3.400. A última proposta da Secretaria de Saúde foi um salário que chegaria, com as gratificações, a R$ 4.300 para plantonistas de oito emergências.

Mas a proposta foi recusada porque, de acordo com o sindicato, apenas os salários de médicos que trabalham em emergências seriam aumentados e só por um período de três meses. A maioria dos médicos do interior não se beneficiariam da decisão.

Na assembléia, ficou decidido ainda que, se não houver avanço nas propostas do governo, os médicos vão parar de trabalhar durante 30 dias, a partir do dia 5 de agosto. Se após esse período, as negociações não avançarem, os profissionais pediriam a exoneração. A medida atingiria os dez hospitais regionais do estado e as cinco principais emergências da Região Metropolitana do Recife.

“Medidas extremas são tomadas diante de fatos extremos. Todos os dias morrem muitas pessoas por falta de assistência adequada. A gente vê isso diariamente. É um genocídio, que acontece aos poucos, igual a uma guerra”, declarou o presidente do sindicato dos médicos, Antônio Jordão Neto.

“É possível que se feche os olhos diante dessa situação? Até quando? Alguém precisa dar um basta e a gente quer se posicionar”, concluiu.

Na próxima terça-feira (5), a Secretaria de Saúde deverá apresentar o novo modelo de gestão dos hospitais públicos do estado, em mais uma tentativa de resolver o impasse na crise do sistema de saúde do estado.

da redação do pe360graus.com

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