Petrolina lidera geração de emprego no interior

Rosa Falcão // Diario
O emprego com carteira assinada nos municípios do interior prosseguiu em alta em julho em todas as regiões do país, motivado principalmente por fatores sazonais do ciclo das culturas agrícolas. Em Pernambuco, a cidade de Petrolina desponta com o crescimento de 26% no número de vagas formais nos sete meses do ano, o que equivale a 9.394 novos postos de trabalho. Na Região Metropolitana do Recife o emprego cresceu apenas 1,77% no ano. Somente em julho o Cadastro de Emprego e Desemprego do Ministério do Trabalho (MTE) registrou 2.750 empregos com carteira em Petrolina, sendo 2.616 na agricultura irrigada. A região do Vale do São Francisco reúne três mil produtores de frutas e gera cerca de 200 mil empregos diretos.
De acordo com o superintendente regional do Trabalho e Emprego em Pernambuco, André Luiz Negromonte, o desempenho do mercado de trabalho nos últimos doze meses revela um certo equilíbrio dos empregos formais no interior e nas regiões metropolitanas. Ele destaca Petrolina, que em junho liderou a criação de vagas com carteira no interior do país, alavancadas pela fruticultura. "Houve o aumento da área plantada de sementes na região o que gerou a contratação de mão-de-obra", assinala.
Para o presidente da Velexport (Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco), José Gualberto de Almeida, o crescimento do emprego na região é um movimento sazonal que coincide com o período de safra e o rareio da uva. "Quando inicia a colheita da uva há demanda por
mão-de-obra sazonal", explica. Como a região trabalha no regime de duas safras por ano para a exportação, a expectativa é que até dezembro o emprego esteja em alta no Vale do São Francisco.
Além da região do São Francisco, o município de Caruaru, no Agreste Setentrional, também se destaca na criação de empregos formais em Pernambuco no acumulado do ano. Pelas estatísticas do Caged, os postos de trabalho formais cresceram 7,24% nos últimos doze meses, puxados pelo setores do comércio, serviços e a indústria da transformação. O desempenho do mercado de trabalho na terra da sulanca foi superior à capital pernambucana, que cravou 6% na oferta de novas vagas, e ao estado com apenas 5,77% no mesmo período.
Na contramão das demais regiões, no município de Ipojuca onde fica o Porto de Suape o emprego está em baixa. No acumulado do ano foi registrado o saldo negativo de 5,06% no número de vagas. O superintendente regional do Trabalho acredita que nos próximos meses haverá a recuperação do emprego na região, com a retomada das obras do Estaleiro Atlântico Sul e da Refinaria Abreu e Lima, paralisadas com as chuvas.
Na mesma tendência observada em Pernambuco, o interior da Bahia apresentou melhor desempenho do que as áreas metropolitanas, com o aumento de 2.434 postos de trabalho e fechou julho com um saldo de 6.589 novos empregos. Já a área metropolitana de Fortaleza contabilizou 5.990 postos de trabalho.