A Polícia Civil do Distrito Federal investiga um caso de abuso sexual envolvendo um sacerdote e um jovem em Ceilândia, cidade-satélite de Brasília. Wilson José Santos Pereira, hoje com 49 anos, é responsável pelo Vicariato Episcopal Sul, que reúne mais de 70 paróquias. Ele foi denunciado pelo rapaz, que alega ter tido um caso com o padre por três anos. Na época do início do suposto relacionamento, o menino tinha 14 anos e era coroinha na paróquia Nossa Senhora da Glória, em Ceilândia. O delegado titular da 15ª Delegacia de Polícia, Adval Cardoso de Matos, abriu inquérito e vai intimar o líder religioso. Ele já ouviu uma dezena de pessoas e recebeu um CD no qual o padre pede desculpas e suplica para que o jovem o perdoe e esqueça tudo o que ocorreu. Ao saber que seria denunciado, o clérigo deixou Brasília.
Ontem (15), ao abrir inquérito para investigar o padre Wilson José Santos Pereira, acusado de pedofilia, um grupo de advogados procurou a 15ª Delegacia de Polícia, de Ceilândia, cidade-satélite de Brasília, em nome da Cúria Metropolitana. Segundo o delegado-chefe Adval Cardoso de Matos, eles se colocaram à disposição da polícia.
Na sede da Cúria, novamente, os assessores de dom João Braz de Aviz disseram que ele e todos os bispos e padres da capital federal estão incomunicáveis em um retiro espiritual que só deve terminar amanhã (17).
Entre os fiéis da paróquia Nossa Senhora da Glória reina o descrédito em relação à denúncia. Uma jovem que trabalha numa loja próxima ao templodisse que não acredita que o padre Wilson fosse capaz de fazer o que relatou o rapaz. "Esse menino não é flor que se cheire", afirmou mas encerrou a conversa ao ser questionada se haveria fatos que o desabonassem. Uma cliente do estabelecimento disse: "Isso é coisa de quem quer aparecer". Segundo ela, "o padre Wilson é uma pessoa muito rígida".
Do DIARIO DE PERNAMBUCO
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